Mania, Moda, Febre, Hype, Onda ou como diria minha querida mãe “Coqueluche do momento!”.
O fato é que, excluídos eventos aleatórios de grande repercussão, os sites de Compras coletivas são o “Topic” mais “Trend” na internet desde o ano passado.
Pra você que estava em Marte, ou fazendo um período sabático nas montanhas do Himalaia, um site de Compras Coletivas consiste em um pagina onde é anunciado um produto ou serviço com um desconto expressivo (mais de 50%) que para ser efetivado deve ter um número mínimo de compradores. As pessoas compram uma espécie de voucher, no valor do produto/serviço através do site e depois troca na loja correspondente ou local especificado. Este seria um modelo de “Social Commerce”.
Uma idéia excelente capaz de gerar muita mídia espontânea através de canais como redes sociais e mailmarketing. Para o empreendedor, por um percentual dos vouchers pagos ao site, ele tem acesso a um gigantesco mailing regionalizado ansioso por receber um novo e-mail. Isso sem falar nas compras por impulso (qual mulher resiste a um desconto de 70% no salão de beleza) que algumas vezes sequer são usadas, pois todos estes cupons têm prazos para serem utilizados e ponderar sobre a disponibilidade de tempo para exercer seu direito ao desconto, não costuma ser a prática dos usuários deste tipo de site.
Este imenso potencial como canal de vendas e divulgação, somado a facilidade em estimar o ROI da mídia, fez com que se criasse um fábrica de produção de sites de compras coletivas, desde os mais abrangentes até os ultra-segmentados pegando carona em novos conceitos de marketing como “Nanomarketing”(que na minha opinião são vazios). Cheguei a ler no twitter de um amigo uma frase antológica: “Em breve vou receber um e-mail de um site de compras coletivas vendendo sites de compras coletivas com desconto”.
Um grande problema neste modelo de negócio, que é praxe da maioria das técnicas de marketing adotadas por empreendedores em ondas, é a falta de planejamento da empresa ao realizar uma oferta. Existem diversos relatos de pessoas que participaram de promoções e ao chegarem ao estabelecimento para converter seu voucher em produtos ou serviços, foram tratadas de forma desagradável, como se por terem pagado o serviço com desconto, não merecessem o mesmo atendimento dos clientes que pagaram sem. Uma expressão que tenho ouvido de amigos é: “Cheguei lá e a garçonete disse, ‘Ah esse aí é [insira seu site predileto de compras coletivas]’”. A partir desse momento ele é rebaixado a uma classe de subcliente que pode esperar mais, não ter exatamente o que comprou e ainda ser olhado pelos outros clientes como alguém que está se aproveitando de algo que eles não.
Algumas coisas devem ser ponderadas pelo empreendedor ao fazer uma ação de compras coletivas:
– Meus colaboradores estão treinados para atender esse cliente?
– Todos na empresa têm noção da importância da estratégia?
– Tenho capacidade de atender todos que comprarem a promoção no prazo que estipulei?
– Eu preciso de uma promoção em um site de compras super segmentado ou em um de grande expressão para abranger o maior número possível de pessoas?
– E por fim: Como fica a minha imagem diante do meu cliente assíduo que não participou das promoções e que paga o preço cheio.
O melhor é sempre planejar bem a sua inserção e todos os impactos diretos e indiretos nas rotinas e na imagem de sua empresa. Se não forem tomados estes cuidados, você pode transformar sua grande ação de marketing e vendas em um tremendo “Burningbrand” .
E pra finalizar, uma perguntinha: Por que nenhuma (ou pouquíssimas) empresa de grande porte vende seus produtos através de compras coletivas?
Aguardo opiniões!